CHEGANDO 2018.

CHEGANDO 2018 – Vai Prometer as Mesmas Coisas?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Chegando 2018. Será que vamos novamente lamentar os furos de 2017 e fazer aquelas velhas e repetidas promessas para o ano que chega? Quero levantar essa questão e propor a você algo um tanto mais prático e quem sabe, que trará resultados melhores para nossas vidas…

Penso que será muito bom o ano se começar debaixo de oração. Assim, convido você a vir para a Igreja, nessa segunda, às 19h30 e seguir nos dias seguintes, até a sexta-feira, dia 05/01. A cada noite vamos dar um motivo mais destacado para orarmos, e você e eu teremos oportunidade de trazer à memória o que pode nos dar esperança (Lm 3.21). E essa prática pode ser assumida, levar o ano todo debaixo de oração. Benção pura.

Mas outras questões podem ajudar muito a termos um ano produtivo e de crescimento. Sugiro que você reflita. Que tal planejar em dividir bem seu dia, agendando um horário “sagrado” para o Sagrado? Ter no seu horário um tempo de dedicação à leitura da Bíblia? Vamos planejar para ler o livro do Senhor todinho em 2018? Lendo 4 capítulos por dia, terminamos no início novembro, com direito a tempo para repor leituras falhas e reler textos preferidos.

Além do tempo para o Senhor em casa, planeje-se para estudar, quem sabe aprender um novo idioma? Ou fazer cursos de informática, artes, artesanato, cursos de cozinha? Sua mente irá se fortalecer e com certeza você fará novos amigos, ampliará seus horizontes, encontrará oportunidades de edificar sua família, e oportunidades de evangelizar. Bênção pura.

Em 2018, marque em sua agenda tempos para visitar amigos e irmãos. Uma ou duas vezes por semana, esteja com familiares ou amigos para tomar um café gostoso e falar e ouvir, sem “mimimi”. Orar com um parente, depois de uma boa e franca conversa, traz cura para muitas dores ocultas. Planeje esses momentos, para evitar visitar apenas nas horas de “sufoco”. Invista nas amizades da Igreja, acabe com fofocas e converse “olho no olho”.

Em 2018, planeje investir financeiramente na Igreja. Assine revistas Missionárias, conheça a realidade do evangelho na atualidade (Portas Abertas, por exemplo – www.portasabertas.org.br; ou revista da APMT – www.apmt.org.br). Invista em ofertas missionárias de fé, orando por uma família missionária de nossa igreja. Invista em ofertas específicas para melhorias do templo, para abençoar irmãos que estão em dificuldades, para a AMEB, para projetos de revitalização, invista porque você se torna parte da obra. E o retorno abençoador do Senhor sempre vem. Em 2018, seja dizimista fiel, ame ao Senhor que te libertou e consagre a Ele suas posses. Fidelidade e alegria. Planeje-se para isso, e colha bons frutos.

Em 2018, planeje desligar a TV, e ler bons livros. Cresça culturalmente. Um a dois livros por mês, quem sabe? Seu vocabulário será outro, sua visão de mundo também. Faça sua mente se mexer.

Se você se planejar e disciplinar, o fim de 2018 será mais prazeroso e farto do que 2017. A Deus toda a glória por chegarmos aqui. E que Ele nos conduza em seu braço forte sempre! Feliz ano novo!!!

PACIÊNCIA E SABEDORIA DE MÃOS DADAS.

Rev. Jefferson Marques Reinh

Que diferença uma boa noite de sono faz… Diante de crises, então…

Como você age diante das questões que se apresentam no dia-a-dia? Abruptamente? Não deixa nada para o amanhã? Como eu lido com as provocações de pessoas que parecem surgir só para tirar minha paz? Na “mesma moeda”? No “olho por olho, dente por dente”? Como lidamos com más notícias que chegam quando estamos desprevenidos? A Bíblia nos adverte quanto a essas situações, há muitos séculos. É verdade que não dá para fugir desses momentos. Onde tem gente, seja de que nível sociocultural ou matriz religiosa for, haverá conflitos, haverá “testes”, haverá desgastes.

Para agir com sabedoria, e obter resultados dignos de crescimento, maturidade, e que nos fortalecerão no futuro, podemos registrar algumas pérolas.

A primeira delas é a da constatação e aceitação de que temos que passar pelos desgastes. Fato. Evitar é apenas adiar. Jesus afirmou que isso era inevitável. Ter pessoas com dificuldades junto a nós, ter aflições, passar por problemas. Logo, é bom ir se fortalecendo, melhor ainda obter capacitação e treinar a usá-la.

Uma boa atitude é de ouvir mais do que falar. Normalmente, buscamos respostas rápidas para nos esquivarmos de alguém. Quando nos esforçamos para ouvir, muitas vezes obtemos clareza sobre as situações. Obtemos também a calma do nosso interlocutor, a pessoa com quem dialogamos, obtemos tempo para refletir, ponderar e talvez aconselhar corretamente. A Bíblia nos ensina que “todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tg 1.19,20). Aprenda a dizer para a pessoa: “fale mais”, e ouça com atenção. Ouvindo alguém você já o desarma muitas vezes. E ore, pedindo lucidez e discernimento ao Senhor.

Uma outra boa atitude é questionar. “O que você acha disso?” “Qual a sua opinião a respeito?” “Sua avaliação é importante”. Normalmente, quando valorizamos o outro, passamos a ter um aliado em vez de um adversário. E isso funciona quando “conversamos” conosco mesmo. Aprendemos a ponderar, tentar prever consequências e implicações. Muitos pecados seriam evitados se pensássemos um pouco mais nos desastres que viriam.

Ainda há uma excelente providência diante de crises, é respirar, contar até 10, 100 ou 1.000.000, e o segredo: dormir. Uma boa noite de sono traz o renovo do corpo para resoluções na manhã seguinte (1Rs 19.5-8). “O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura” (Pv 14.29). Responder a alguém no calor de uma discussão é um risco. Provérbios 19.2 nos diz que “peca quem é precipitado”.

Diante das crises, caro irmão, evite fugir, evite a resposta a “queima-roupa”, procure o silêncio do travesseiro, onde Deus fala. Não seja o falante, mas seja bom ouvinte, busque a melhor mira e acerte o(s) alvo(s), a hora certa de falar ou agir.

O mais correto, porém, é: busque o Senhor e Sua Palavra. Aí está a verdadeira sabedoria e a verdadeira solução! (2Tm 3.16,17). Que Ele, Jesus, te faça vitorioso nas crises e prudente nesse mundo mal!

ESTAMOS PREPARADOS?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Observando os últimos eventos locais ou nacionais, fico me perguntando se estamos preparados para os ataques que a fé cristã genuína tem sofrido, e os que virá a sofrer. Quando o Papa romanista Francisco canoniza 30 novos santos do Brasil, no domingo passado, chamando-os de mártires, sendo que nem mesmo morreram por sua fé ou numa luta religiosa, e na mesma situação chama os calvinistas que estiveram no Brasil Holandês de assassinos, ou quando vemos a situação vexatória criada na Escola João XXIII por ocasião do dia da Criança, com confusão na Câmara de Vereadores, ou ainda o fogo cruzado em redes sociais na internet, me questiono sobre o quanto estamos mesmo ligados com nossa fé e aptos para defendê-la. Estamos preparados?

Os pais de crianças e adolescentes talvez enfrentem uma situação que nunca imaginaram. Ter que responder a seus filhos sobre os questionamentos de ideologia de gênero, pisando em terreno argiloso ainda, e ter que observar a escola de muito perto, por vezes dialogando com ela, discordando ou fortalecendo posições, e ainda convivendo com elogios por ser “mente aberta” ou com rótulos do tipo “retrógrado” ou “fóbico” em alguma medida. Estamos preparados?

O nosso país passa por uma terrível crise política. Estamos acéfalos, pois nosso presidente não tem outra agenda a não ser a luta por se manter no cargo, às custas de compra de favores das casas legisladoras com dinheiro destinado ao povo. Não há ações da presidência sobre nenhum assunto social, nenhuma intervenção efetiva quanto à violência, e o que assistimos é uma verdadeira luta social por poder, em vários níveis. Estamos no tempo em que o Supremo Tribunal Federal delegou aos senadores e deputados o poder de se blindarem contra a lei e contra o povo que os elegeu. O caso de um senador mineiro reflete já o que vem pela frente. Estamos preparados?

Quando Jesus esteve entre nós, numa de suas palavras sábias e muito afiadas, ele questiona: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.7,8). Estamos preparados para a justiça de Deus?

O apóstolo Paulo adverte: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” (2Tm 3.1-5). Estamos preparados?

A pergunta é uma só, e a situação também é uma só. Vivemos dias em que a Igreja tem sido seduzida, tem se encantado com a “liberdade” e a linguagem de amor que satanás tem semeado. Pouco ora, pouco vive a fé. E ainda tem se enfraquecido diante das pressões e das lutas. Estar preparado e se preparando é questão de sobrevivência da fé. Da sua, da minha, da nossa fé. Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

ELA É SALVA OU SALVADORA?

Rev. Jefferson Marques Reinh

Uma heresia nunca é formulada e aceita da noite para o dia. Da incompreensão das Escrituras ou das manifestações satânicas, sendo ele o mestre do engano, o pai da mentira, surgem e se consolidam doutrinas contrárias à Palavra de Deus, e que corrompem e destroem a fé genuína em muitas vidas, separando-as do verdadeiro culto a Deus, ainda que lhes mantenha o prazer, a emoção e a devoção, mas numa divindade distante da Bíblia.

Da incompreensão da Igreja Cristã do quinto século quanto à pessoa de Cristo, e sendo a Igreja Cristã já a religião do Império Romano, surgiu uma grande e ofensiva heresia, que insiste em se repetir nos séculos seguintes, sendo reafirmada até os dias atuais.

No ano 431 d.C., na cidade de Éfeso, houve um concílio eclesiástico. Embora o assunto e o desejo fosse defender a fé da heresia nestoriana, que dividia a pessoa de Cristo em duas pessoas separadas, uma expressão daqueles dias abriu uma brecha para algo muito pernicioso entrar na vida da Igreja. Ao afirmar o nascimento virginal de Jesus, usou-se o termo grego “theotokos”, que significa “portadora de Deus”, ou em tradução mais livre “mãe de Deus”.

Embora Jesus de fato seja Deus, totalmente digno de glória e honra como tal, sua encarnação não torna Maria uma divindade. Porém, a Igreja passou, no princípio de forma mais contida, e posteriormente de forma mais ampla, a assumir certa devoção e adoração à Maria. Embora a Bíblia afirma que ela seja agraciada (Lc 1.28-30), a Igreja assumiu erroneamente a expressão “cheia de graça”, ou despenseira da graça, o que é uma prerrogativa divina.

A partir de então a Igreja Católica assumiu outros dogmas absurdos quanto à pessoa de Maria. As ideias não encontradas na Bíblia são: a reza “ave Maria” (1316), a imaculada conceição (1854), a sua virgindade perpétua, a co-redenção, a sua assunção corporal aos céus (1950), o título “Mãe de Deus”, e o culto a Maria. Tudo nasce da pergunta se Maria é salva ou é salvadora. Diz a Bíblia que ela precisou ser salva, pois a própria Maria o afirma: “o meu espírito exulta em Deus meu salvador” (Lc 1.47).

Na Reforma Protestante essa heresia foi combatida, e o texto de Atos 4.12 foi reafirmado. “Somente Cristo”, ou o Solus Christus foi e é um dos cinco pontos da Igreja Protestante no que diz respeito à Salvação. Nenhum outro é digno de ser reconhecido como Redentor. Porém, na Contra-Reforma, e em outros momentos, a Igreja Romana reafirmou Maria como Co-redentora, culminando com as várias expressões e nomes que remetem à “Rainha dos Céus”, como no Brasil, a Senhora Aparecida, celebrada em 12 de outubro.

O que afirmamos, como Reformados?

1) Que a veneração à Maria (hiperdulia) é uma afronta à Trindade (At 10.25, 26; Ap 22.8,9);

2) Que Só Jesus é digno de honra e adoração (Ex 20.3-5; At 4.12; Fp 2.9-11);

3) Que a Igreja Católica Apostólica Romana deve se arrepender dessa heresia, e voltar-se ao entendimento claro das Escrituras Sagradas.

SOLUS CHRISTUS!!!

QUEM VOCÊS DIZEM QUE EU SOU?

Rev. Jefferson Marques Reinh

“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.16,17).

Basta uma pequena investigação para observarmos o quanto o Nome de Jesus e sua pessoa é controverso nestes nossos dias. Quantos afirmam conhece-Lo, mas agem de forma a negar isso…

Algumas pessoas falam de Jesus como amor, embora não saibam como esse amor de fato seja percebido ou se aplica. Outras pessoas projetam esse amor num tipo de permissividade absurda, na qual Jesus se torna um espectador, que apenas advoga a plena aceitação de qualquer atitude, por mais bizarra e suja que se demonstra. E em nome do amor.

Outros ainda falam de Jesus como um mito, alguém que fora inventado para outorgar certo prestígio e autoridade à religião cristã. Alguns o tratam de forma distante, outros com palavras que parecem ser retiradas de um romance, com títulos apaixonados e afetivos, cheios de mel.

E nós, eu e você, quem afirmamos ser Jesus? Tal pergunta pode ser desdobrada: entendemos quem Ele é? Por que entendemos? E o que afirmamos, tem impacto em nossa conduta, nossa mente, nosso coração? Sim, porque, dependendo dessa compreensão, podemos concluir até mesmo que pouco ou nada compreendemos de Jesus, ou mentimos ao afirmar algo sobre seu Ser.

O discípulo Pedro afirmou algo bem distinto do pensamento comum de seus dias, sobre Jesus. Embora a compreensão comum é que Jesus fosse João Batista, ou Jeremias ou Elias, ou seja, um semelhante aos líderes admirados em Israel, Pedro afirma que Jesus era o Messias (ungido) e filho do Deus Vivo, a saber, o que realiza as obras de seu Pai. Essência e verdadeiramente Deus. Jesus o louva, e afirma que tal declaração viera por ação de Deus. Deus revelou a Pedro tal conclusão.

Isto faz que pensemos a respeito de nossas afirmações sobre Jesus. De onde procedem? De experiência, de apenas ouvir, de leituras soltas, ou de uma revelação vinda de Deus, a saber, sua Palavra e a testificação do Espírito Santo (Rm 8.16)? Mais ainda, afirmamos só de boca, ou nossos atos confirmam aquilo que dizemos a respeito de Jesus?

Verdadeiramente, nossos atos demonstram o que, e quem é Jesus para cada um de nós. Podem confirmar nosso entendimento, sendo verdadeiro no falar e no agir, mas podem contradizer, quando afirmamos, cantamos, proclamamos algo, mas nossas ações negam o que dizemos.

Pense nisso, pois nesse tempo tantos se dizem crentes, fiéis, amigos de Deus. Mas, seus atos derrubam tais palavras. Vivamos de tal forma, que nossas vidas de fato testifiquem que Jesus é o Filho do Deus Vivo! Sobre a declaração de Pedro, Jesus disse que edificaria sua Igreja. Mas, sobre nossas “declarações”, o que tem se estabelecido? Firmeza, crescimento, fé, salvação?

Pense nisso, e que o Senhor se alegre sobre nós!!!

QUASE DESVIARAM OS MEUS PÉS.

Rev. Jefferson Marques Reinh

O Cristão genuíno vive cercado de situações que o colocam em risco de cair. Observa pessoas desonestas se fartando, rindo e se regalando com os ganhos de atos sujos. Parece que “o crime compensa no Brasil”, como ouvi outro dia. A maldade está desenfreada. Parece que tudo joga contra.

De fato, o mundo joga contra a fé. Muito do que vemos no sistema moderno empurra para o abandono a Deus, e nos imprime o “faça-se feliz, pois é direito seu, não importa a quem doa”.

A rede de televisão mais poderosa do país inflama as pessoas com sua ideologia satânica (Is 5.20), na qual o ser humano pode mudar suas relações mais íntimas, suas premissas mais profundas, pode mutilar seu corpo e sua alma, e, de forma prática, dizer para Deus: “você errou ao me criar, por isso vou me ´corrigir´… E anda vemos muito crente torcendo para que a mocinha se torne mocinho, pois “o que importa é o amor”. Isso é amor? Segundo a Bíblia, não (1Co 13.4-7). Se o crente vive o mundo das novelas, seus pés vacilam.

No salmo 73, vemos Asafe, um crente fiel, fazendo essa confissão: “pouco faltou para que se desviassem os meus passos” (v.2). Ele confessa que invejava os arrogantes, pois para eles não há preocupações. Asafe mostra exatamente o mundo de hoje: culto ao corpo (v.4), vida movida a vaidades e sucesso (v.5-7); boca suja e piadas sem limites, inclusive contra Deus (v.8, 9); ampla aceitação e multidões de seguidores, como que lhes chancelando os atos de maldade. Asafe chegar a achar inútil viver sua fé em Deus (v.13). Será que você se identifica?

Onde Asafe se encontrou e retornou ao prumo? Quando entrou na presença de Deus, e viu o fim dos maus (v.17). Depois de conversar com Deus e ver que o Senhor irá trazer à tona todos os atos de todas as pessoas, Asafe se viu motivado a perseverar na justiça, na retidão, na santidade, no louvor a Deus, no caminho limpo. “Eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória (v.22-24).” E mais, ele se reconhece em ver que só o Senhor estava com ele: “Quem mais tenho eu?”

Deus fez com que seu servo se recobrasse e visse que o futuro daqueles que viram as costas para Deus é terrível. E assim como Asafe, não podemos nos acostumar com nossos dias, pois o Senhor trará sua justiça sobre todos, maus e bons. O tempo pode parecer difícil, mas o Senhor nos acalenta, e nos trará sempre sua bênção e consolo.

Quanto àqueles que zombam de Deus e de sua Palavra, que se arrependam, pois “os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos” (Sl 73.27,28).

VENCER AO RENDER-SE.

Rev. Jefferson Marques Reinh

Abraçar a fé cristã significa, entre muitas respostas, entrar numa jornada onde a regra fundamental é viver se rendendo. Render-se a Jesus Cristo, render-se à sua Palavra, render-se ao Espírito Santo e lutar contra as decepções que surgem à medida que vamos caminhando para a eternidade com Deus (Sl 37.4,5). A luta contra as dores e decepções também deve ser em rendição, não em revoltas. Esse pensamento tem sido enfraquecido nestes dias de autojustiça, autocomiseração. O pensamento do mundo tem tomado a mente da Igreja. Cuidado (Rm 12.1,2).

Como vencer o grito que cada vez mais se agiganta no peito, de dor, de raiva, de fúria, de revolta, e a ira que nos induz a fazer justiça com as próprias mãos, diante do caos que vai sedimentando ao nosso redor? Com rendição a Jesus Cristo, pois Ele nos deixou a “paz que excede todo entendimento”, e preciso aprender o que é viver tal paz. Além disso, preciso ter em mente que toda a minha justiça é enganosa e parcial também, e na verdade, meus atos de “justiça” irão ferir a outros, e isso não é função minha, é do Senhor. Talvez eu confunda vingança com justiça, e isso é terrível. É pecado.

Rendição significa entrega, estar desarmado, completamente à disposição daquele a quem se rende. Submisso a Cristo, à Bíblia, mesmo para sentir a dor e a decepção que possa surgir do ato de render-se. Render-se a Jesus Cristo significa ter o mesmo sentimento que Ele teve ao abrir mão de sua glória, seu poder, seu status, para ser um homem e, vivendo entre nós, passar pelas decepções, pelo desprezo, pela injustiça, pelo abandono, pela morte, mas ter a força de ressuscitar (Fp 2.5-11). Na entrega, Jesus se fortalece. Na nossa entrega, Ele nos fortalece.

A jornada do Cristão não pode ser de “apelações”, atalhos, “jeitinhos”. O Cristão verdadeiro aprende e joga de acordo com as regras. Ele não faz as regras. Apenas se rende e caminha. E Jesus o fortalece. Quando resolvemos agir fora da Palavra, e no nosso braço, o pecado tem oportunidade de entrar. Lembremos que nossas armas são espirituais (Ef 6.10-18).

Como aprender a se render? Jesus nos garantiu que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20). E isso significa que Ele está ao nosso lado, e seu Espírito habita em nós, e nos dias de maiores dores, ou mesmo de decepções, nós podemos deitar nossa cabeça dolorida em seus ombros, podemos ser abraçados, e podemos falar com Ele abertamente todas as nossas dores, medos e fraquezas. Jesus ouve nosso lamento, nos dá tempo de chorar, lavar o peito com lágrimas, mas depois nos diz: volte a caminhar. Ainda não chegamos em casa, mas estamos mais perto. Força, estou com você. Se render significa aprender a batalhar em oração (1Pe 5.6,7).

E por isso, só por isso, o Cristão verdadeiro continua a caminhar. Porque Jesus caminha conosco! Seja assim em sua vida, hoje e sempre.

VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE A LUTA.

Rev. Jefferson Marques Reinh

07 de setembro de 1822, a data que marca a mudança do Brasil colônia para o Brasil independente. Nesta data, a cada ano, as grandes cidades assistem desfiles de escolas, militares, caminhões com armas de grande porte, aviões fazem peripécias, autoridades discursam. O civismo aflora, os participantes têm a impressão de um Brasil poderoso, que levantou-se como gigante (que de fato é) que cuida de seu povo e avança rumo a um futuro de orgulho e grandeza. Será???

Pergunto-me se de fato podemos ter orgulho de ser brasileiros, ao observar fatos e comportamentos presentes nesses nossos dias.

A quantidade de escândalos que assistimos é tão absurda que não há tempo de acompanharmos tudo que lemos e ouvimos a cada dia sobre desvios financeiros, propinas, prisões, solturas, delações, negações, e ainda o reflexo dessas sujeiras na saúde pública, na educação formal, na falta de equipamento e treinamento das polícias, a falta de infraestrutura e cuidados básicos com o povo brasileiro. Vemos um povo anestesiado, indiferente ou mesmo descrente de alguma mudança, descrente das instituições, descrente de um futuro melhor.

O pior é ver o escárnio diante de tamanha tragédia. O lamento se transforma em zombaria. A falta de honra ao próximo se transforma em violência gratuita, ódio, mortes inumeráveis. O brasileiro perdeu o valor das boas palavras, do respeito, da dignidade humana. Piadas e xingamentos são o padrão estabelecido. Tornou-se feio ser cortês.

Seria mais triste, se não fosse por uma parte dos brasileiros, que amam esta terra e de lutam para não se contaminar com o pensamento dominante. Lutam sendo honestos, devolvendo o troco que faz pouca diferença, respeitando o solo que pisam, honrando os patrícios ainda que não sejam honrados, vivendo com nobreza ainda que não sejam vistos, reconhecidos, louvados. Seria mais triste o quadro da nação se não houvesse aqui uma Igreja genuína, que chora diante de Deus clamando “pela paz em Jerusalém” (Sl 122.6-9), que vive procurando pela paz nesta terra onde somos embaixadores, representantes do Reino mais sublime e santo que podemos imaginar (Jr 29.4-14; 2Co 5.20). Seria desastroso se Deus não ouvisse as orações e não agisse com justiça nessa Terra.

Nosso país tem sido o país das possibilidades e das decepções seguidas. Pero Vaz de Caminha escreveu que aqui “em se plantando tudo dá”, mas o que vemos plantada é a corrupção que tem se enraizado na mente do brasileiro. Dom Pedro bradou “independência ou morte”, mas o que vemos é que o brasileiro se vê cada vez mais dependente de mamom, de ser visto a todo custo como alguém rico e bem sucedido, mesmo através do mal estabelecido ao seu povo, ao seu semelhante.

Porém, nesse tempo de um civismo pálido, decepcionado, ainda se ouve as palavras e as lágrimas de um povo que geme diante do Trono do Altíssimo, e declara perante a nação: “verás que um filho teu não foge à luta”. É assim com o verdadeiro cristão, e o Senhor há de continuar limpando essa pátria. Continuemos a orar!!!

PRIMAVERA: A MISERICÓRDIA SE RENOVA

[vc_row][vc_column][vc_column_text]

O ano vai avançando. Está chegando a primavera, a estação que tem mais proximidade com o renascer, florescer, sair das hibernações. Após o frio do inverno, folhas que caíram das árvores, dias frios e noites bem longas, o clima começa a mudar. Folhas começam a renascer, flores começam a mostrar novamente perfumes e a beleza das cores fortes, o viço de suas pétalas. Os pássaros celebram a cada manhã. Um novo ciclo se reinicia.

Assim pode ser também com nossas vidas. O Senhor nos ensina, através do profeta Jeremias, que as misericórdias dEle se renovam a cada manhã. (Lm 3.22-25). A misericórdia, teologicamente falando, é a ação de Deus em não punir os males ou pecados que cometemos. Nossos erros implicam em muitos desajustes, iras, dores. Implicam em maus atos e maus resultados, implicam em condenação. Mas a misericórdia do Senhor é o que quebra essa sequência desastrosa. A misericórdia do Senhor é o que nos faz perceber que, embora mereçamos a veemente justiça do Senhor, na realidade encontramos o coração amoroso do Senhor e seu perdão. A misericórdia evidencia a bondade, a generosidade do Senhor (Ex 34.6).

Os profetas do Antigo Testamento frequentemente anunciavam ao povo de Deus que viria juízo decorrente do abandono das leis de Deus e das escolhas erradas do povo. Idolatria, culto falso a Deus, busca por prazer pessoal em lugar do serviço a Deus. E comumente vemos o quanto Deus lhes perdoava, os abraçava e lhes concedia novamente dignidade, amor, e crescimento. “Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz. Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel?” (Os 11.7,8).

Hoje experimentamos o sol chegando novamente e alegrando e aquecendo os corações, trazendo um sentimento de renascer, redescobrir o calor. Quero expressar aqui que os sorrisos podem se colocar mais livremente, os afetos de ternura e suavidade podem se mostrar mais vivos, coloridos, renovados.

Convido você, irmã, e você, irmão, neste início de setembro, a buscarmos as belezas das manhãs ainda frias, mas com o sol que se levanta rapidamente. E ainda buscarmos em Deus a percepção da leveza e da alegria de quem tem sua vida lavada e remida no sangue de Jesus Cristo. Ele é a plenitude da misericórdia e do amor do Senhor. E percebendo, raciocinando, meditando nisso, podemos ter renascendo o sorriso do coração que aprende a perceber: sou amado por Deus, sou perdoado por Deus, sou nova criatura, tudo pode ser renovado! Aleluia!

O salmista que tinha seus ossos envelhecendo ao se ver pecador, viu-se renovado ao confessar e ser perdoado. “Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Sl 32.7).

Pense nisso. Deixe-se mergulhar no perdão e na misericórdia do Senhor. Sorria! Você é amado(a). Busque em leitura bíblica, oração e meditação ser inundado com essa verdade. Que venha a primavera da alma! Deus nos abençoe!!!

Por Rev. Jefferson Marques Reinh

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

AS 4 REGRAS DE ORAÇÃO DE JOÃO CALVINO

[vc_row][vc_column][vc_column_text]

Por Joel R. Beeke*
Adaptado por Rev. Jefferson Masques Reinh

Para Calvino, a oração não podia ser realizada sem disciplina. Ele escreveu: “Se não fixarmos certas horas do dia para a oração, ela escapará facilmente de nossa memória”. Ele prescreveu várias regras para orientar os crentes a oferecerem oração fervorosa e eficaz.

1. A PRIMEIRA É UM SENSO SINCERO DE REVERÊNCIA.
Na oração, precisamos estar “dispostos de coração e mente, como convém àqueles que entram em conversa com Deus”. Nossas orações devem brotar do “fundo de nosso coração”.

2. A SEGUNDA REGRA É UM SENSO SINCERO DE NECESSIDADE E ARREPENDIMENTO.
Temos de “orar com um senso sincero de carência e arrependimento”, mantendo “a disposição de um pedinte”. Calvino não estava dizendo que os crentes devem orar em favor de cada capricho que surge em seu coração, e sim que devem orar penitentemente, de acordo com a vontade de Deus, tendo em foco sua glória e anelando resposta, “com afeição sincera, e, ao mesmo tempo, desejando obtê-la de Deus”.

3. A TERCEIRA REGRA É UM SENSO SINCERO DE HUMILDADE E CONFIANÇA EM DEUS.
A verdadeira oração exige que “abandonemos toda confiança em nós mesmos e supliquemos humildemente o perdão”, confiando somente na misericórdia de Deus para recebermos bênçãos espirituais e temporais, lembrando sempre que a menor gota de fé é mais poderosa do que a incredulidade.

4. A REGRA FINAL É TER UM SENSO SINCERO DE ESPERANÇA CONFIANTE.
A confiança de que nossas orações serão respondidas não surge de nós mesmos, mas do Espírito Santo agindo em nós. Na vida dos crentes, a fé e a esperança vencem o temor, para que sejamos capazes de pedir “com fé, em nada duvidando” (Tg 1.6). Isso significa que a verdadeira oração é confiante na resposta, por causa de Cristo e do pacto, “pois o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo sela o pacto que Deus estabeleceu conosco”. Assim, os crentes se aproximam de Deus com ousadia e entusiasmo porque essa “confiança é necessária à verdadeira invocação… que se torna a chave que nos abre a porta do reino dos céus”.

Calvino reconheceu que nossas orações estão repletas de fraqueza e imperfeição. Ele escreveu: “Ninguém jamais cumpriu esse dever com a retidão que lhe era devida”. Mas Deus tolera “até o nosso gaguejo e perdoa a nossa ignorância”, permitindo que ganhemos familiaridade com Ele, em oração, embora esta seja pronunciada de “forma balbuciante”. Em resumo, nunca nos sentiremos como pedintes dignos. Nossa inconsistente vida de oração é frequentemente atacada por dúvidas, mas essas lutas mostram nossa necessidade contínua da oração como uma “elevação do espírito” e nos impele sempre a Jesus Cristo, que “transformará o trono da glória temível em trono da graça”. Calvino concluiu que “Cristo é o único caminho e o único acesso pelo qual temos permissão de ir a Deus”.

Assim, confiadamente nos méritos de Cristo e no Espírito Santo, vamos desenvolver nossa vida de oração. Pense, envolva-se e ore.

*Pastor, escritor e professor de Bíblia – EUA

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]