DAS PROFUNDEZAS ESPERAMOS EM DEUS

DAS PROFUNDEZAS ESPERAMOS EM DEUS

Ev. Rodrigo Gonçalez

 

“A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã, espere Israel no Senhor, pois no Senhor há misericórdia; nele, copiosa redenção. É ele quem redime a Israel de todas as suas iniquidades” (Salmos 130.6-8).

O Salmo 130 é uma oração de confiança ao Deus da Aliança em meio a grande desespero. “Das profundezas claro a ti, Senhor”, é o primeiro versículo, que expressa uma situação de grande calamidade, angústia ou aflição de um coração suplicante. Todos nós enfrentamos situações em que nos sentimos desamparados. Não é pecado sentir e nem expressar esse tipo de sentimento em oração.

Uma oração puritana, chamada “Descansando em Deus”, diz: “Senhor, ajuda-me, porque sou frequentemente morno e frio; a incredulidade arruína minha confiança, o pecado me faz esquecer-te”. De fato, nossa rotina, nossa negligência quanto à leitura e ao estudo da Palavra de Deus e às orações fervorosas são um grave perigo que nos fazem cair no lamaçal da desesperança. Somos fracos e falhos; pequenos e frágeis.

Mas, o Deus a quem suplicamos é exatamente o oposto de nós. Ele é grande em misericórdia, compassivo e bondoso. O Deus da Aliança é o Todo-Poderoso; rico em perdão e em abundante graça (Sl 130.4). Nele, podemos confiar. Em meio à angústia, podemos nele esperar (Sl 130.5). E, como esperamos? Orando, clamando, suplicando, esperando, lendo e meditando em sua Palavra.

Bom é que nós, o seu povo, o povo à Ele aliançado, povo de propriedade exclusiva, esperemos nele com grande confiança! Ele virá em nosso socorro, com absoluta certeza. Mas, no tempo dele; da forma dele; de acordo com os parâmetros dele, que Ele mesmo estabeleceu desde os tempos eternos. Essa é a confiança do salmista. Essa dever ser a nossa confiança.

Por isso, a oração puritana citada acima termina assim:

“Faz que as ervas daninhas que nascem em minha alma sejam cortadas pela raiz,
Faz-me saber que só vivo verdadeiramente quando vivo para ti,
de outro modo tudo é insignificante.
Somente tua presença pode fazer-me santo, devoto, forte e feliz.
Permanece em mim, Deus gracioso”.

Que essa seja a nossa oração, também. Amém.

OS SACRAMENTOS EM GERAL

Os Sacramentos em Geral

Por Dr. Louis Berkhof

A. Relação Entre a Palavra e os Sacramentos.

Em distinção da Igreja Católica Romana, as igrejas da Reforma salientam a prioridade da Palavra de Deus. Enquanto aquela parte do pressupostos de que os sacramentos contêm tudo que é necessário para a salvação dos pecadores, não precisam de interpretação e, portanto, tornam a Palavra completamente supérflua como meio de graça, estas consideram a Palavra como absolutamente essencial, e apenas levantam a questão, por que se lhe deve acrescentar os sacramentos. Alguns luteranos alegam que uma graça específica, diferente da que é produzida pela Palavra é transmitida pelos sacramentos. Isso é quase universalmente negado pelos reformados (calvinistas), uns poucos teólogos escoceses e o doutor Kuyper formando exceções à regra. Eles assinalam o fato de que Deus criou o homem de tal maneira, que ele obtém conhecimento particularmente pelas avenidas dos sentidos da visão e da audição. A Palavra está adaptada aos ouvidos e os sacramentos aos olhos. E, desde que os olhos são mais sensíveis que os ouvidos, pode-se dizer que Deus, ao acrescentar os sacramentos à Palavra, vem em auxílio do pecador. A verdade dirigida aos ouvidos através da Palavra está representada simbolicamente nos sacramentos para os olhos. Deve-se ter em mente, porém, que, enquanto a Palavra pode existir e também é completa sem os sacramentos, os sacramentos nunca são completos sem a Palavra. Há pontos de semelhança e de diferença entre a Palavra e os sacramentos.

1. PONTOS DE SEMELHANÇA. Eles concordam: (a) no autor, visto que Deus mesmo instituiu ambos como meio de graça; (b) no conteúdo, pois Cristo é o conteúdo central tanto da Palavra como dos sacramentos; e (c) na maneira pela qual o conteúdo é assimilado, isto é, pela fé. Esta constitui o único modo pelo qual o pecador pode tornar-se participante da graça oferecida na Palavra e nos sacramentos.

2. PONTOS DE DIFERENÇA. Eles diferem: (a) em sua necessidade, sendo que a Palavra é indispensável, ao passo que os sacramentos não; (b) em seu propósito, desde que a Palavra visa a gerar e a fortalecer a fé, enquanto que os sacramentos servem somente para fortalecê-la; e (c) em sua extensão, visto que a Palavra vai pelo mundo inteiro, ao passo que os sacramentos só são ministrados aos que estão na igreja.

B. Origem e Sentido da Palavra “Sacramento”.

A palavra “sacramento” não se encontra na Escritura. É derivada do termo latino sacramentum, que originariamente denotava uma soma de dinheiro depositada por duas partes em litígio. Após a decisão da corte, o dinheiro da parte vencedora era devolvido, enquanto que a da perdedora era confiscada. Ao que parece, isto era chamado sacramentum porque objetivava ser uma espécie de oferenda propiciatória aos deuses. A transição para o uso cristão do termo deve ser procurada: (a) no uso militar do termo, em que denotava o juramento pelo qual um soldado prometia solenemente obediência ao seu comandante, visto que no batismo o cristão promete obediência ao seu Senhor; e (b) no sentido especificamente religioso que o termo adquiriu quando a Vulgata o empregou para traduzir o grego mysterion. É possível que este vocábulo grego fosse aplicado aos sacramentos por terem eles uma tênue semelhança com alguns dos mistérios das religiões gregas. Na Igreja Primitiva a palavra “sacramento” era empregada primeiramente para denotar todas as espécies de doutrinas e ordenanças. Por esta mesma razão, alguns se opuseram ao nome e preferiam falar em “sinais” ou “mistérios”. Mesmo durante e imediatamente após a Reforma, muitos não gostavam do nome “sacramento”. Melanchton empregava “signi” , e tanto Lutero como Calvino achavam necessário chamar a atenção para o fato de que a palavra “sacramento” não é empregada em seu sentido original na teologia. Mas o fato de que a palavra não se encontra na Escritura e de que não é utilizada em seu sentido original quando aplicada às ordenanças instituídas por Jesus, não tem por que dissuadir-nos, pois muitas vezes o uso determina o sentido de uma palavra. Pode-se dar a seguinte definição de sacramento: Sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo, na qual, mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da graça são representados, selados e aplicados aos crentes, e estes, por sua vez, expressam sua fé e sua fidelidade a Deus.

C. Partes Componentes do Sacramento.

Devemos distinguir três partes nos sacramentos.

1. O SINAL EXTERNO OU VISÍVEL. Cada sacramento contém um elemento material, palpável aos sentidos. Num sentido bem livre, este elemento às vezes é chamado sacramento. Contudo, no sentido estrito da palavra, o termo é mais inclusivo e denota o sinal e aquilo que é significado ou simbolizado. Para evitar mal-entendido, deve-se ter em mente este uso diferente. Isto explica por que se pode dizer que um descrente pode receber, e, todavia, não receber o sacramento. Não o recebe no sentido pelo da palavra. O objeto externo do sacramento inclui, não somente os elementos que se usam, a saber, água, pão e vinho, mas também o rito sagrado, aquilo que se faz com estes elementos. Segundo este ponto de vista externo, a Bíblia denomina os sacramentos sinais e selos, Gn 9.12, 13; 17.11; Rm 4.11.

2. A GRAÇA ESPIRITUAL INTERNA, SIGNIFICADA E SELADA. Os sinais e selos pressupõem algo que é significado e selado e que geralmente é chamado matéria interna do sacramento. Esta é variadamente indicada na Escritura como aliança da graça, Gn 9.12, 13; 17.11, justiça da fé, Rm 4.11, perdão dos pecados, Mc 1.4: Mt 26.28, fé e conversão, Mc 1.4; 16.16, comunhão com Cristo em Sua morte e ressurreição, Rm 6.3, e assim por diante. Declarada resumidamente, pode-se dizer que consiste de Cristo e todas as Suas riquezas espirituais. Os católicos romanos a vêem na graça santificante acrescentada à natureza humana, capacitando o homem a praticar boas obras e a subir às alturas da visio Dei (visão de Deus). Os sacramentos não significam meramente uma verdade geral, mas uma promessa dada a nós e por nós aceita, e servem para fortalecer a nossa fé com respeito à realização dessa promessa, Gn 17.1-14; Ex 12.13; Rm 4.11-13. eles representam visivelmente e aprofundam a nossa consciência das bênçãos espirituais da aliança, da purificação dos nossos pecados e da nossa participação na vida que há em Cristo, Mt 13.11; Mc 1.4, 5; 1 Co 10.2, 3, 16, 17; Rm 2.28, 29; 6.3, 4; Gl 3.27. como sinais e selos, eles são meios de graça, isto é, meios pelos quais se fortalece a graça interna produzida no coração pelo Espírito Santo.

3. UNIÃO SACRAMENTAL ENTRE O SINAL E QUILO QUE É SIGNIFICADO. Geralmente se lhe chama forma sacramenti, forma dos sacramentos ( forma significando aqui essência), porque é exatamente a relação entre o sinal e a coisa significada que constitui a essência do sacramento. Segundo o conceito reformado (calvinista), esta (a) não é física , como pretendem os católicos romanos, como se a coisa significada fosse inerente ao sinal e o recebimento da matéria externa incluísse necessariamente a participação na matéria interna ; (b) nem local, como a descrevem os luteranos, como se o sinal e a coisa significada estivessem presentes no mesmo espaço, de sorte que tanto os crentes como os incrédulos recebessem o sacramento completo ao receberem o sinal; (c) mas espiritual , ou como o expressa Turretino, moral e relativa , de modo que, quando o sacramento é recebido com fé, a graça de Deus o acompanha. Conforme este conceito, o sinal externo torna-se um meio empregado pelo Espírito Santo na comunicação da graça divina. A estreita relação existente entre o sinal e a coisa significada explica o emprego daquilo que geralmente se chama “linguagem sacramental”, na qual o sinal é mencionado em lugar da coisa significada, ou vice-versa , Gn 17.10; At 22.16; 1 Co 5.7.

D. Necessidade dos Sacramentos.

Os católicos romanos afirmam que o batismo é absolutamente necessário para todos, para a salvação, e que o sacramento da penitência é igualmente necessário para aqueles que cometeram pecado mortal depois do batismo; mas que a confirmação, a eucaristia e a extrema unção são necessárias somente no sentido de que foram ordenadas e são eminentemente úteis. Por outro lado, os protestantes ensinam que os sacramentos não são absolutamente necessários para a salvação, mas são obrigatórios em vista do preceito divino. A negligência voluntária do seu uso redunda no empobrecimento espiritual e tem tendência destrutiva, precisamente como acontece com toda desobediência persistente a Deus. Que não são absolutamente necessários para a salvação, segue-se: (1) do caráter espiritual e livre da dispensação do Evangelho, na qual Deus não prende a Sua graça ao uso de certas formas externas, Jo 4.21, 23; Lc 18.14; (2) do fato de que a Escritura menciona unicamente a fé como condição instrumental da salvação, Jo 5.24; 6.29; 3.36; At 16.31; (3) do fato de que os sacramentos não originam a fé, mas a pressupõem, e são ministrados onde se supõe a existência da fé, At 2.41; 16.14, 15, 30, 33; 1 Co 11.23-32; e (4) do fato de que muitos foram realmente salvos sem o uso dos sacramentos. Pensemos nos crentes anteriores ao tempo de Abraão e no ladrão penitente na cruz.

E. Os Sacramentos do Velho e do Novo Testamentos Comparados.

1. SUA UNIDADE ESSENCIAL. Roma alega que há diferença essencial entre os sacramentos do Velho Testamento e os do Novo. Ela afirma que, à semelhança de todo o ritual da antiga aliança, seus sacramentos também eram meramente típicos. A santificação produzida por eles não era interna, mas apenas legal, e prefigurava a graça que haveria de ser conferida ao homem no futuro, em virtude da paixão de Cristo. Isso não significa que nenhuma graça interna acompanhava o uso deles, mas simplesmente que isso não era efetuado pelo sacramento propriamente ditos, como acontece na nova dispensação. Eles não tinham eficácia objetiva, não santificavam o participante ex opere operato, mas unicamente ex opere operantis, isto é, por causa da fé e caridade com que eram recebidos. Uma vez que a plena concretização da graça tipificada por aqueles sacramentos dependia da vinda de Cristo, os santos do Velho Testamento foram encerrados no Limbus Patrum (Limbo dos Pais) até Cristo os tirar de lá. A verdade, porém, é que não há diferença entre os sacramentos do Velho Testamento e os do Novo. Provam-no as seguintes considerações; (a) em 1 Co 10.1-4 Paulo atribui à igreja do Velho Testamento aquilo que é essencial nos sacramentos do Novo testamento; (b) em Rm 4.11 ele fala da circuncisão de Abraão como selo da justiça da fé; e (c) em vista do fato de que eles representam as mesmas realidades espirituais, os nomes dos sacramentos de ambas as dispensações são utilizados uns pelos outros: a circuncisão e a páscoa são atribuídas à igreja do Novo Testamento, 1 Co 5.7; Cl 2.11, e o batismo e a Ceia do Senhor à igreja do Velho Testamento, 1 Co 10.1-4.

2. SUAS DIFERENÇAS FORMAIS. Não obstante a unidade essencial dos sacramentos das duas dispensações, há certos pontos de diferença. (a) Em Israel os sacramentos tinham um aspecto nacional em acréscimo à sua significação espiritual como sinais e selos da aliança grega. (b) Ao lado dos sacramentos, Israel tinha muitos outros ritos simbólicos, tais como as ofertas e as purificações, que no essencial concordavam com os seus sacramentos, ao passo que os sacramentos do Novo Testamento estão absolutamente sós. (c) Os sacramentos do Velho Testamento apontavam para Cristo no futuro, e eram os selos da graça que ainda teriam que ser merecidas, ao passo que os do Novo testamento apontam para Cristo no passado e o Seu sacrifício de redenção já consumado. (d) Em harmonia com o conteúdo total da dispensação do Velho Testamento, a porção da graça divina que acompanhava o uso dos sacramentos do Velho Testamento era menor do que a que atualmente se obtém mediante o confiante recebimento dos sacramentos do Novo Testamento.

F. Número dos Sacramentos.

1. NO VELHO TESTAMENTO. Durante a antiga dispensação havia dois sacramentos, quais sejam, a circuncisão e a páscoa. Alguns teólogos reformados (calvinistas) eram de opinião que a circuncisão originou-se em Israel e foi auferido deste povo da aliança por outras nações. Mas agora é patentemente claro que esta posição é insustentável. Desde os tempos mais primitivos, os sacerdotes egípcios eram circuncidados. Além disso, a prática da circuncisão se acha em muitos povos da Ásia, da África e até da Austrália, e é muito improvável que todos a tenham derivado de Israel. Todavia, somente em Israel ela se tornou um sacramento da aliança da graça. Como pertencente à dispensação do Velho Testamento, era um sacrifício cruento, simbolizando a excisão da culpa e da corrupção do pecado, e constrangendo as pessoas a deixarem que o princípio da graça de Deus penetrasse suas vidas completamente. A páscoa também era um sacrifício cruento. Os israelitas escaparam do destino dos egípcios com sua substituição por um sacrifício, que foi um tipo de Cristo, Jo 1.29, 36; 1 Co 5.7. A família salva comeu o cordeiro que fora imolado, simbolizando assim um ato assimilativo de fé, muito parecido com o ato de comer o pão na Ceia do Senhor.

2. NO NOVO TESTAMENTO. A igreja do Novo Testamento também tem dois sacramentos a saber, o batismo e a Ceia do Senhor. Em harmonia com a nova dispensação em seu conjunto global, eles são sacramentos incruentos. Contudo, simbolizam as mesmas bênçãos espirituais que eram simbolizadas pela circuncisão e pela páscoa na antiga dispensação. A igreja de Roma aumentou para sete o número dos sacramentos de maneira totalmente infundada. Aos dois que foram instituídos por Cristo ela acrescentou a confirmação, a penitência, a ordenação, o matrimônio e a extrema unção. Ela procura base bíblica para a confirmação em At 8.17; 14.22; 19.6; Hb 6.2; para a penitência em Tg 5.16; para a ordenação em 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6; para o matrimônio em Ef 5.32; e para a extrema unção em Mc 6.13; Tg 5.14. Pressupõe-se que cada um destes sacramentos comunica, em acréscimo à graça geral da santificação, uma graça sacramental especial, diferente em cada sacramento. Esta multiplicação dos sacramentos criou uma dificuldade para a igreja de Roma. Geralmente se admite que, para serem válidos, precisam ter sido instituídos por Cristo; mas Cristo instituiu apenas dois. Consequentemente, ou os outros não são sacramentos, ou o direito de instituí-los terá que ser atribuído aos apóstolos também. Na verdade, antes do Concílio de Trento, muitos asseveravam que os cinco adicionais não foram instituídos diretamente por Cristo, mas por meio dos apóstolos. Todavia, aquele concílio declarou ousadamente que todos os sete sacramentos foram instituídos pessoalmente por Cristo, e, desse modo, impôs à teologia da sua igreja uma tarefa impossível. É um ponto que tem que ser aceito pelos católicos romanos com base no testemunho da igreja, mas que não de vê ser comprovado.

Fonte: Site Monergismo.com clique aqui; como primária Teologia Sistemática escrita pelo autor, publicado pela Ed. Cultura Cristã.

O DISCIPULADO CRISTÃO E AS POLARIZAÇÕES

O discipulado cristão e as polarizações.

Rev. Leonardo Gomes (I.P. Rio Pomba) 

“[…] Mateus, o publicano […]; Simão, o zelote […]” (Mt 10.3,4)

É inegável que vivemos dias de grandes polarizações! O passionalismo, tão característico entre os brasileiros, tem resultado em uma relação de “amor ou ódio” com os posicionamentos atuais, frente às várias demandas, e uma delas é a política. Lamentavelmente, vemos muitos crentes que permitem que tais polarizações interfiram, de maneira indevida, em suas relações. Hoje em dia, vemos crentes que se agridem nas redes sociais motivados por suas polarizações, cujo o único objetivo é demonstrar quem tem a razão.

Quando olhamos para a Palavra de Deus, percebemos que tais polarizações não são características apenas dos nossos dias. No tempo em que nosso Salvador se encarnou, a Judeia era permeada pelas polarizações. Haviam aqueles que criam na ressurreição e aqueles que a achavam uma grande bobagem (Mt 22.23). Do mesmo modo, alguns eram revoltados contra Roma – império dominante da Judeia naquele tempo – e aqueles que até mesmo se davam ao serviço de Roma.

O fato curioso disso tudo é que Jesus, ao eleger “os doze”, chamou para esse círculo íntimo de liderança dois homens em lados extremamente opostos na polarização política. Mateus – o qual faz questão de afirmar sua procedência em seu próprio relato da eleição dos apóstolos (Mt 10.3) – era um publicano. O motivo dos publicanos serem odiados é que eles “se prestavam ao serviço de Roma”, sendo os responsáveis pela coleta dos impostos – e, muitas vezes, extorquindo o seu próprio povo.

Por outro lado, no registro do publicano Mateus, temos a informação de que Jesus também elegeu para o apostolado um tal de “Simão, o zelote” (Mt 10.4). MacArthur observa: “Os zelotes eram um partido político ilegal que levava ao extremo seu ódio contra Roma e conspirava para depor o governo romano”¹. É admirável como Cristo foi capaz de unir dois homens em extremos opostos, para comporem com os demais o corpo apostólico. Não atoa o próprio Cristo orou por seus discípulos: “[…] para que sejam um […] a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste […] (Jo 17.22,23).

Que possamos entender, de uma vez por todas, que aquilo que nos une é mais poderoso do que nossas polarizações, e que as mesmas não dificultem nossa unidade. Além disso, que tenhamos a consciência de que nossa última esperança está nos céus e que avaliemos nossos posicionamentos à luz das Escrituras sempre!

¹ MACARTHUR, John. Doze homens comuns. 2011. p. 43.

O QUE É PROVIDÊNCIA?

O que é Providência?

R. C. Sproul

Um dia, enquanto eu assistia a um programa de notícias, apareceu um anúncio sobre uma série de livros a respeito de problemas da vida no passado. Uma das imagens do comercial mostrava um soldado confederado, da Guerra Civil, deitado numa maca, recebendo cuidados de uma enfermeira e de um médico da linha de batalha. Em seguida, o narrador me informou que a leitura daquele livro me ajudaria a entender o que significava ficar doente, em meados do século XIX. Aquilo atraiu minha atenção, porque muitas pessoas do século XXI são tão fortemente presas ao seu tempo, que raramente pensam em como as pessoas levavam a vida em épocas e gerações anteriores.

Esta é uma das áreas em que me vejo fora de harmonia com os meus contemporâneos. Penso, com muita frequência, na vida das gerações anteriores, porque tenho o hábito de ler obras escritas por pessoas que, em muitos casos, viveram muito antes do século XXI. Gosto de ler, especialmente, autores dos séculos XVI, XVII e XVIII.

Nos escritos desses autores, constantemente, observo um senso agudo da presença de Deus. Esses homens tinham um senso de uma providência que envolvia tudo. Vemos uma indicação deste senso de que toda a vida está sob a direção e o governo do Deus todo-poderoso, no fato de que uma das primeiras cidades, no que é agora os Estados Unidos da América, foi Providence, em Rhode Island, fundada em 1636. De modo semelhante, a correspondência pessoal de homens de séculos anteriores, como Benjamim Franklin e John Adams, é entremeada com a palavra providência. As pessoas falavam sobre uma “Providência benevolente” ou uma “Providência irada”, mas havia, frequentemente, um senso de que Deus estava envolvido de maneira direta na vida diária das pessoas.

A situação é muito diferente em nossos dias. Meu falecido amigo James Montgomery Boice costumava contar uma história engraçada, que ilustrava apropriadamente a mentalidade contemporânea com respeito a Deus e ao seu envolvimento no mundo. Houve um alpinista que escorregou numa saliência e estava prestes a mergulhar centenas de metros para a sua morte, mas, enquanto caía, ele se agarrou num galho de uma árvore minúscula e desajeitada que crescia numa fresta, na face do despenhadeiro. Quando ele se agarrou no galho, as raízes da árvore começaram a afrouxar, e o alpinista contemplava a morte certa. Naquele momento, ele clamou aos céus: “Há alguém aí em cima, que possa me ajudar?” Em resposta ele ouviu uma voz forte, do céu, que dizia: “Sim, eu estou aqui e posso ajudá-lo. Solte o galho e confie em mim”. O homem olhou para o céu e, em seguida, olhou para baixo, para o abismo. Por fim, ele levantou a voz novamente e disse: “Há alguém mais por aí que possa me ajudar?”

Gosto dessa história, porque ela tipifica a mentalidade cultural de nossos dias. Primeiramente, o alpinista pergunta: “Há alguém aí em cima?” A maioria das pessoas do século XVIII admitiam que havia Alguém lá. Em sua mente, havia pouca dúvida de que um Criador todo-poderoso governava os afazeres do universo. Entretanto, vivemos numa época de incredulidade sem precedente, quanto à própria existência de Deus. Sim, pesquisas de opinião pública nos dizem, regularmente, que entre 98% e 99% das pessoas nos Estados Unidos creem em algum tipo de deus ou poder superior. Suponho que isso pode ser explicado, em parte, pelo impacto da tradição; ideias que têm sido preciosas para as pessoas, durante várias gerações, são difíceis de serem renunciadas, e, em nossa cultura, certo estigma social ainda está vinculado ao ateísmo irrestrito. Além disso, acho que não podemos escapar da lógica de supor que tem de haver algum tipo de causa fundamental e última para este mundo, à medida que o experimentamos. Todavia, quando confrontamos as pessoas e falamos com elas sobre a sua ideia de um “poder superior” ou de um “ser supremo”, fica evidente que se referem a um conceito neutro – um tipo de energia ou uma força indefinida – e não a Deus. Essa foi a razão por que o alpinista perguntou: “Há alguém aí em cima?” Naquele momento de crise, ele reconheceu sua necessidade de um ser pessoal, que estava no controle do universo.

Há outro aspecto dessa anedota que considero importante. Quando o alpinista estava prestes a cair na morte, ele não disse apenas: “Há alguém aí em cima?” Ele especificou: “Há alguém aí em cima, que possa me ajudar?” Esta é a pergunta do homem moderno. Ele quer saber se há alguém, fora da esfera da vida diária, que é capaz de lhe prestar assistência. Mas eu acho que o alpinista estava fazendo uma pergunta muito mais fundamental. Ele queria saber, não somente se havia alguém que poderia ajudá-lo, mas também se havia alguém que estava disposto a ajudá-lo. Esta é a pergunta que está em primeiro lugar, na mente dos homens e das mulheres contemporâneos. Em outras palavras, eles querem saber não somente se há providência, mas também se ela é fria, insensível ou compassiva.

Portanto, a questão referente à providência que pretendo considerar nestes artigos é, não meramente, se há alguém lá, mas se esse alguém é capaz e disposto a fazer alguma coisa no mundo em que vivemos.

Um universo mecânico e fechado

Entre as ideias que têm moldado a cultura ocidental, uma das mais significativas é a ideia de um universo mecânico e fechado. Esta opinião sobre o mundo tem persistido por centenas de anos, e exercido influência tremenda em moldar a maneira como as pessoas entendem a forma como a vida é vivida. Eu diria que, no mundo secular, a ideia predominante é a de que vivemos num universo que é fechado para qualquer tipo de intrusão de fora, um universo que funciona puramente por forças e causas mecânicas. Em palavras simples, a questão crucial para o homem moderno é a causalidade.

Parece haver um clamor crescente sobre a influência negativa da religião na cultura americana. Afirma-se que a religião é a força que mantém as pessoas presas na era das trevas de superstição, mantém a sua mente fechada para qualquer entendimento das realidades do mundo que a ciência tem descoberto. Cada vez mais, a religião parece ser considerada o polo oposto da ciência e da razão. É como se a ciência fosse algo para a mente, a pesquisa e a inteligência, enquanto a religião fosse algo para as emoções e os sentimentos.

Apesar disso, ainda há uma tolerância para a religião. A ideia frequentemente expressa, nos meios de comunicação noticiosos, é que todos têm um direito de crer no que escolhe crer; o mais importante é crer em algo. Não importa se você é judeu, mulçumano, budista ou cristão.

Quando ouço comentários como esse, quero exclamar: a verdade é realmente importante? Em minha humilde opinião, a coisa principal é crer na verdade. Não estou satisfeito em crer, simplesmente por crer. Se aquilo em que creio não é verdadeiro – se é supersticioso ou falácia – quero ser libertado disso. Mas a mentalidade de nossos dias parece ser a de que, nas questões de religião, a verdade é insignificante. Aprendemos a verdade da ciência e obtemos bons sentimentos da religião.

Às vezes, expõe-se a ideia altamente simplista de que a superstição religiosa reinou supremamente no passado, e, por isso, Deus era visto como a causa de tudo. Se alguém ficava doente, a doença era atribuída a Deus. Agora, é claro, somos informados de que a doença resulta de micro-organismos que invadem nosso corpo, e aqueles organismos minúsculos operam de acordo com sua natureza, fazendo aquilo para o que eles evoluíram e podem fazer. De modo semelhante, enquanto, nos dias anteriores, as pessoas acreditavam que um terremoto ou um temporal era causado pelas mãos de Deus, hoje somos assegurados de que há razões naturais para esses eventos. Eles acontecem por causa de forças que são parte da ordem natural das coisas.

No século XVIII, Adam Smith escreveu um livro que se tornou o clássico da teoria econômica do Ocidente – A Riqueza das Nações. Neste livro, Smith tentou aplicar o método científico ao campo da economia, num esforço para descobrir o que causa certas reações e contrarreações econômicas no mercado. Smith queria ir além da questão da especulação e identificar as causas básicas que produziam efeitos previsíveis. Mas, embora estivesse aplicando a inquirição científica à rede de ações e reações econômicas, ele falou da “mão invisível”. Em outras palavras, Smith estava dizendo: “Sim, há causas e efeitos se movendo neste mundo, mas temos de reconhecer, acima de tudo, que tem de haver um poder causal último ou, do contrário, não haveria poderes causais inferiores. Portanto, todo o universo é orquestrado pela mão invisível de Deus”. Em nossos dias, porém, temos nos focalizado tão intencionalmente na atividade imediata de causa e efeito, que, na maior parte, temos ignorado ou negado o poder causal que abrange tudo e está por trás de toda a vida. O homem moderno não tem, basicamente, nenhum conceito de providência.

O Deus que vê

A doutrina da providência é uma das mais fascinantes, importantes e difíceis na fé cristã. Ela lida com questões difíceis, como: “Como o poder causal e a autoridade de Deus interagem conosco? Como o governo soberano de Deus se relaciona com as nossas escolhas espontâneas? Como o governo de Deus está relacionado com o mal e o sofrimento neste mundo? E como a oração tem alguma influência sobre as decisões providenciais de Deus?” Em outras palavras, como devemos levar nossa vida à luz da mão invisível de Deus?

Comecemos com uma definição simples. A palavra providência tem um prefixo, pro, que significa “antes” ou “em frente de”. A raiz vem do verbo latino videre, que significa “ver”; é desta palavra que temos a nossa palavra vídeo. Portanto, a palavra providência significa, literalmente, “ver de antemão”. A providência de Deus se refere ao seu “ver algo de antemão”, com respeito ao tempo.

A providência não é a mesma coisa que a presciência ou o conhecimento antecipado de Deus. A presciência é a habilidade de Deus de olhar para os corredores do tempo e saber o resultado de uma atividade antes que ela aconteça. No entanto, é apropriado usarmos a palavra providência com referência ao governo ativo de Deus quanto ao universo, porque ele é, de fato, um Deus que vê. Ele vê tudo que acontece no universo. Tudo está na visão plena de seus olhos.

Este pode ser um dos pensamentos mais terríveis que um ser humano pode ter – o de que há alguém que é, como Jean-Paul Sartre lamentou, um espreitador cósmico supremo, que olha através do buraco de fechadura do universo e observa cada ação de cada ser humano. Se há algo a respeito do caráter de Deus que repele dele as pessoas mais do que a sua santidade, esse algo é a sua onisciência. Cada um de nós tem um desejo intenso por um senso de privacidade que ninguém possa invadir, para intrometer-se nas coisas secretas de nossa vida.

No tempo da primeira transgressão, quando o pecado entrou no mundo, Adão e Eva experimentaram, imediatamente, um senso de nudez e vergonha (Gn 3.7). Eles reagiram por tentarem esconder-se de Deus (v. 8). Experimentaram o olhar do Deus da providência. Como o alpinista em minha anedota anterior, queremos que Deus olhe para nós quando precisamos de ajuda. Entretanto, na maior parte do tempo, queremos que ele nos ignore, porque queremos privacidade.

Numa ocasião memorável durante o ministério de nosso Senhor, os escribas e fariseus trouxeram à presença de Jesus uma mulher que eles apanharam em adultério. E lembraram a Jesus que a lei de Deus exigia que ela fosse apedrejada, mas, na verdade, queriam saber o que ele faria. Mas, quando falaram, Jesus se inclinou e escreveu algo no chão. Essa é a única vez que a Bíblia registra que Jesus escreveu, e não sabemos o que ele escreveu. Mas o relato nos informa que Jesus se levantou e disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7). Depois, ele começou a escrever novamente no chão. Com isso, os escribas e fariseus começaram a ir embora, um por um.

Estou especulando aqui, mas pergunto se Jesus escreveu alguns dos pecados secretos que aqueles homens se mostravam zelosos em manter ocultos. Talvez Jesus escreveu “adultério”, e um dos homens, que era infiel à sua esposa, o leu e foi embora de mansinho. Talvez ele escreveu “evasão de imposto”, e um dos fariseus, que falhava em pagar impostos a César, decidiu tomar o rumo de casa. Em sua natureza divina, Jesus tinha a capacidade de ver, de maneira penetrante, por trás das máscaras que as pessoas usavam, ver as coisas secretas em que eles eram mais vulneráveis. Isso faz parte do conceito de providência divina. Significa que Deus sabe todas as coisas a nosso respeito.

Como já comentei, frequentemente achamos esta visão divina inquietante, mas o conceito da visão de Deus, de Deus nos ver, deveria ser reconfortante para nós. Jesus disse: “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai” (Mt 10.29). Este ensino inspirou a canção popular “Deus Cuida dos Pardais”. Você lembra a letra: “Deus cuida dos pardais, e sei que ele cuida de mim”. Creio que o autor desta canção entendeu o que Jesus estava dizendo – que Deus sabe cada vez que um pequeno pássaro cai no chão. Deus não ignora nem mesmo os menores detalhes no universo. Pelo contrário, ele governa o universo com total conhecimento de tudo o que está acontecendo nele.

Sim, este tipo de conhecimento íntimo pode ser amedrontador. Mas, porque sabemos que Deus é benevolente e cuidadoso, seu conhecimento abrangente é um consolo. Deus sabe o que precisamos, antes que lhe peçamos. E, quando as nossas necessidades surgem, ele tanto pode como está disposto a ajudar-nos. Para mim, não há nada mais reconfortante do que saber que há um Deus de providência, que está ciente não apenas de cada uma de minhas transgressões, mas também de cada uma de minhas dores e de cada um de meus temores.

Fonte: Ministério FIEL – clique aqui

GRAÇA QUE TRAZ GRAÇA

Graça que traz Graça!

Rev. Pedro Felippe (1ªIPJF)

“Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus” (2 Coríntios 4.15).

Os impactos da Graça de Deus, isto é, da nossa salvação por meio de Jesus Cristo, são inúmeros, mas não dizem respeito somente à questão da vida após a morte.

Um crente saudável deve, necessariamente, entender que os impactos da cruz são também impactos em nossa vida corriqueira. “Trocando em miúdos”, ser atingido pela Graça de Deus provoca nos corações mudanças de paradigmas que são extremamente importantes para a vivência do cristianismo em sua plenitude. Exemplificarei esses impactos a partir de um, nossa gratidão em Deus.

É impossível um cristão genuíno compreender a Graça sem que seu coração se encha de gratidão. Não digo apenas sobre a gratidão da salvação, mas também em coisas que, aparentemente, são irrelevantes ou “não dignas de agradecer”.

O grande questionamento que isso nos traz é: por que pensamos dessa forma? A resposta é simples, no entanto pouco assimilável. Tudo que se torna uma rotina em nossas vidas têm a tendência de ser desprezado, ou tudo que temos em abundância tende a cair no “marasmo”. Quando esse sentimento de “isso sempre acontece; sempre tenho essa determinada coisa” começa a florescer em nosso peito devemos ligar um sinal de alerta, pois o reflexo luminoso da Graça começou a ser ofuscado.

Seria o equivalente em dizer que as coisas ordinárias são frutos do nosso trabalho, intelecto e força. Essa sensação faz com que o nosso coração seja menos grato a Deus pelas coisas que acontecem. O resultado é catastrófico, deixamos de prestar ações de graças a Deus e assim nosso coração vai se esfriando e ficando cada vez mais indiferente a Deus.

Reparem que o versículo supracitado traz em si uma declaração incrível: todas as coisas acontecem por amor de vós.

Paulo está convicto que o impacto da Graça é tão pleno que, não só nos proporciona a salvação após a morte física, mas também muda toda nossa mentalidade sobre a vida.

Ter gratidão no coração é um dos maiores impactos da Graça.

Viver reclamando não é uma alternativa. É preciso ter a consciência que todas as coisas são feitas para evidenciar o amor de Deus pelo seu povo, seja a abundância ou escassez, saúde, ou doença, seja bonança ou tempestade, pois o que importa é que a Graça tem o poder de nos tirar do inferno e nos levar pro céu, mas também ela tem o poder de nos dar um coração grato ao invés de um coração amargurado.

Termino perguntando a você: a Graça de Jesus te faz ter gratidão no coração em todas as coisas? Porque tudo acontece para evidenciar o amor que Deus tem por você. Se sua resposta é não, que tal começar uma empreitada de gratidão em sua vida? Agradeça mais e reclame menos, pois você não sabe para onde Deus quer te levar em cada situação.

A PERSEVERANÇA DOS SANTOS

A PERSEVERANÇA DOS SANTOS

Joel R. Beeke

No contexto do Antigo Testamento, nenhuma promessa de Deus é mais surpreendente do que aquela registrada em Jeremias 32.40: “… não deixarei de lhes fazer o bem… nunca se apartem de mim”. Como resumido nos Salmos 78 e 106, a história de Israel revela que eles se afastaram do Deus vivo, desviando-se para os ídolos e caindo em grave pecado, e então Ele se afastou deles em Sua ira, até que eles se arrependessem e clamassem a Ele, em sua miséria.

Jeremias deve ter se alegrado em ouvir acerca de um dia em que este ciclo sem fim de infidelidade humana e castigo divino iria dar lugar a um relacionamento diferente entre Deus e o Seu povo, na forma de uma nova e eterna aliança. A lei, esculpida em tábuas de pedra, seria escrita na próprio coração de cada uma das pessoas do seu povo, e todos iriam conhecer o Senhor e ser perdoados, restaurados, e renovados por Sua graça. Deus iria, então, continuar a perseverar com o Seu povo, e o Seu povo com Ele.

Esta promessa incorpora a doutrina da perseverança dos santos. Mas quem são os santos? Por que eles continuam, ou perseveram, como santos? Em que coisas eles perseveram?

É muito importante definir o que significa “santos”. Na igreja pré-Reforma (e na Igreja Católica Romana, nos dias de hoje), um santo foi definido como “alguém cuja santidade de vida e virtude heroica foi confirmado e reconhecido pelo processo oficial de beatificação e canonização da igreja” (Dicionário Católico). Embora falecidos, eles são lembrados, venerados, e invocados em cultos públicos e em devocionais privados, como se pudessem ouvir e responder a orações.

Nesta visão, os santos foram excepcionais, em meio a membresia da igreja. Eles foram melhores do que precisavam ser, e fizeram mais do que o dever requeria, portanto eles adquiriram um estoque de mérito, de tal forma que poderiam usar este mérito excedente para ajudar os Cristãos menos santos ou menos virtuosos. Portanto, a estes santos são concedidos dias festivos e santuários, que preenchem um lugar substancial na devoção por parte daqueles que os invocam.

Nada pode ser mais contrário à ideia de santidade. De forma bem simples, todos os cristãos são santos. Eles foram santificados, ou separados à parte por Deus, como o Seu povo. A santidade Bíblica não depende do que nós fazemos, mas depende do que Deus faz em nós, através da Sua Palavra e do Seu Santo Espírito.

Deus Pai fez uma aliança eterna de graça conosco, e nos adotou como Seus filhos e herdeiros. Deus Filho nos purificou em Seu sangue, de todos os nossos pecados, e nos incorporou em Sua morte e ressurreição. Deus, Espírito Santo, habita em nós, nos santifica para sermos membros de Cristo, e aplica a nós o que temos em Cristo, a saber, o lavar dos nossos pecados e a renovação diária das nossas vidas. Tal é a porção para todos aqueles que pertencem a Cristo, e se juntam a Ele por meio de uma fé verdadeira.

Como tais, todos os crentes são “guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação” (1 Pedro 1:5). Deus persevera conosco, e, portanto, nós perseveramos com Ele. A soberania de Deus significa que o que Ele faz, continua feito. Nós estamos salvos em Suas mãos, debaixo da Sua proteção, invocando-o, e repousando em Seu amor.

Em que nós perseveramos? Nós perseveramos em fé, crendo em Deus, confiando em Sua Palavra, e aguardando em Suas promessas; no arrependimento dos pecados; na negação de si mesmos e seguindo a Cristo, lutando por santidade de vida; e buscando conhecer a vontade de Deus e fazer aquilo que O agrada. Tais são os frutos que acompanham a fé justificadora. É um sinal perturbador quando estes frutos estão faltando em um Cristão professo. Cristo adverte sobre a fé temporária (Mateus 13:18-22); Paulo denuncia aqueles que “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Timóteo 3:5); e Tiago declara que “a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:17). Portanto, Paulo nos exorta: “examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos” (2 Coríntios 13:5).

Fonte: Site Os Puritanos.com – clique aqui

NAS MÃOS DE DEUS

Nas Mãos de Deus

Ev. Rodrigo Gonçalez

“Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1:21,22).

Muitas são as aflições dos filhos de Deus, enquanto peregrinos e forasteiros neste mundo tenebroso. Apesar da nossa constante tentativa de fugas dos diversos sofrimentos, quando menos esperamos, somos assolados por algum motivo: enfermidades, crises, injustiças, disputas, fracassos e quedas. Apesar de todas essas dificuldades, os filhos de Deus, em toda e qualquer circunstância, esperam pacientemente no favor do seu Deus que é Pai justo e misericordioso.

Neste episódio da incrível história de Jó, “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1), vemos que todas as intenções do diabo contra a vida dos santos de Deus são para o aperfeiçoamento de fé destes, ainda que por meio de duros açoites; e também para a vergonha e derrota de todos os inimigos de Deus. É fato que “o diabo é o diabo de Deus”, como afirmou Martinho Lutero. Ou seja, ele só pode agir até onde o próprio Deus determinar. O nosso inimigo é poderoso e forte, sim. Não podemos ser negligentes com relação a isso. Não podemos ser tolos e pensar que podemos vencê-lo e a seus demônios, na força do nosso braço ou na nossa frágil espiritualidade.

Antes, devemos seguir os sábios e santos conselhos da Bíblia: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Se desejamos estar seguros, que estejamos sujeitos ao Deus Pai e sua soberana vontade. Conforme escreveu João Calvino, Deus usa “os espinhos de Satanás como nosso remédio”. Porém, com relação aos incrédulos, Deus usa-os como instrumentos de punição e justo juízo. Ainda que os santos sejam disciplinados de diversas formas, inclusive sob a ação de Satanás, isso ocorre para o seu próprio bem, crescimento, maturidade e para o louvor da glória de Deus em suas vidas.

Assim, não precisamos temer o diabo e suas ações, uma vez que estamos nas mãos de Deus, e não nas mãos do diabo. Não somos reféns das circunstâncias que nos cercam. Não há o que temer, se confessamos a Jesus Cristo como nosso único e suficiente Senhor e Salvador. Estar nas mãos de Deus é repousar em sua soberana providência; é estar ciente de que somos alvos de seus eternos cuidados amorosos e neles, dessa forma, descansar – definitivamente.

 

CORRESPONDENDO À SANTIDADE DE CRISTO

Correspondendo à santidade de Cristo

John MacArthur Jr.

Como devemos reagir a vívida exposição da santidade de Cristo? A primeira reação de João foi temor. Apocalipse 1.17 diz: “Quando o vi, caí a seus pés como morto”. Meu amigo R.C. Sproul se tornou bastante conhecido por compreender e verbalizar “o trauma da santidade de Deus”, e é isso que João experimenta aqui. Por que João caiu como um homem que acabara de morrer? Pelo mesmo motivo que Pedro clamou em Lucas 5.8: “Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”! João ficou aterrorizado ao perceber que estava na presença do Deus Santo. Se ele conseguia enxergar o santo Cristo, então o santo Cristo conseguia enxergá-lo em toda sua vileza. João viu a glória; Cristo viu o pecado. E ele ficou aterrorizado – como Manoá, Jó, Ezequiel, Isaías, Daniel, Pedro e Paulo. Ele ficou apavorado, vivendo uma espécie de trauma temporário, mas a experiência logo passou do medo para a segurança.

Apocalipse 1.17 continua: “Porém, ele pôs sobre mim a mão direita”. Seria esse era um toque com o qual João tinha familiaridade? Afinal, precisamos lembrar que João, em especial, gostava de ser próximo de Jesus. Em lugar de se identificar por seu nome, em seu evangelho, ele se descreveu como “o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus” (João 21.20). Ele frequentemente fez referência a si mesmo como“ o discípulo a quem Jesus amava”. Ele gostava muito de estar próximo de Jesus, por isso me pergunto se ele já não conhecia aquele toque reconfortante do Senhor. “Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: “Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1.17-18).

João não precisava se preocupar. Jesus é eterno. Ele existe fora da dimensão de tempo, da história e da criação. Ele está acima e além de nós em todos os sentidos imagináveis. Mas ele se humilhou, assumiu a forma humana, morreu e ressuscitou por nós. As chaves da morte e do inferno não estão num chaveiro pendurado no cinto de Satanás – ele não tem poder duradouro sobre nós. Somente Jesus possui essas chaves, e os que o abraçaram como Senhor e Salvador nada têm a temer.

Em Apocalipse 1.19, Cristo ordena que João escreva as coisas que ele viu, registrando a visão que teve, preservando-a para o benefício de crentes através de toda a história da igreja. É traumatizante contemplar a glória e a santidade de Cristo – traumatizante, mas crucial. Jamais lidaremos honestamente com nossos pecados até termos tido uma visão da santidade de Deus e de Cristo. E deste lado da obra redentora de Cristo, vivemos na segurança jubilosa de que aquele que é tão amedrontador é o mesmo que pagou completamente o preço de nossos pecados, e cuja santa justiça foi satisfeita. E o mais incrível é que ele continua nos usando para trazer a luz de seu evangelho a um mundo cego pelo pecado.

Apocalipse 1 nos fornece um rico vislumbre do Senhor da igreja, nosso santo Cristo, e de seu ministério à sua igreja amada e redimida. Somos a sua igreja, e ele se relaciona conosco. É por nós que ele certamente intercede incessantemente. É a nós que ele purifica. É conosco que ele fala através de sua Palavra com toda autoridade. É a nós que ele protege. Somos nós que nos tornamos reflexo da glória dele. Isto é um mistério, que almas tão indignas venham a ser chamadas para ter tão grande privilégio. Que sempre estejamos maravilhados por esse chamado para representar o santo Cristo, de quem não somos dignos, mas em quem eternamente nos regozijaremos.

Fonte: VoltemosAoEvangelho.com – clique aqui

Sobre o autor: O pastor John MacArthur é um dos líderes evangélicos mais preeminentes de nossos dias. Seus livros, pregações e ministério têm atingido milhões de pessoas em todo o mundo. MacArthur é presidente do ministério Grace to You e exerce seu ministério pastoral na Grace Community Church, na Califórnia.

OS INIMIGOS DO LAR

OS INIMIGOS DO LAR (Jz 4.1-24)

Rev. Leonardo Oliveira (IP Rio Pomba)

O mês de maio é considerado, entre tantas datas importantes (trabalho, mães, noivas), o mês da família. Pensando nisso, neste breve devocional, falaremos da importância de estarmos atentos aos inimigos da família. Para tal, gostaria de apontar algumas verdades do texto bíblico à luz da passagem registrada no livro dos Juízes (4.1-24).

Naquele tempo, os israelitas não tinham uma liderança “fixa” e, por conseguinte, “[…] cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21.25). Muitas vezes, Israel fazia “o que era mau aos olhos do SENHOR” (Jz 4.1) e então sofria pela opressão inimiga. No capítulo em questão, Deus levantou Jabim, rei de Canaã (também chamada de Hazor – v. 17), que tinha como comandante de seu exército um homem chamado Sísera, responsável por subjugar Israel por vinte anos (Jz 4.3).

A passagem é muito famosa pelo fato da Juíza/profetiza Débora encorajar Baraque à uma empreitada contra Jabim e Sísera. Todavia, a narrativa é interrompida para a inserção de uma informação que seria relevante à sequência do registro histórico. No v. 11, o escritor informa que Héber, sendo queneu (descendente de Hobabe, sogro de Moisés), tendo subido com seu povo junto com Israel, do deserto à Terra Prometida (Jz 1.16), apartou-se do seu povo (Jz. 4.11) e foi para as bandas do Norte, numa região que, posterioemente, seria rota de fuga para Sísera, quando derrotado por Baraque.

Carl E. Armerding (in. Comentário Bíblico NVI [Org. F.F. Bruce]. 2009. p. 437), aponta para o fato da fuga de Sísera ter sido em sentido contrário ao do seu exército, e o escritor inspirado explica: “[…] porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu” (v.17). À parte de que, sendo simplista, os queneus eram mais próximos dos israelitas do que de Jabim, temos a importante informação de que os queneus “[…] subiram, com os filhos de Judá […]; foram e habitam com este povo” (Jz 1.16), Portanto, a paz entre Héber, queneu, e Jabim, foi uma “aliança com o inimigo”.

Nesta curta devocional, somos informados de como alguém, após “abandonar a comunhão” do seu povo, falhou em identificar o verdadeiro perigo à sua família, fazendo aliança com o inimigo.

Portanto, tome cuidado com duas coisas:

1) não abandone deliberadamente a comunhão;

2) Jamais traga os “inimigos da família” para o seu lar.

Sabemos que os tempos são difíceis, se você ainda não pode voltar às atividades da igreja presencialmente, ainda assim, não deixe de viver a comunhão pelas ferramentas da internet. Também, tenha o cuidado para que não esteja abrindo às portas da sua casa para tudo aquilo que, na verdade, prejudicará a vida familiar (sejam amigos(as); vícios, falta de tempo e cuidado e etc.).

ESPERANÇA NO MEIO DO LAMAÇAL

ESPERANÇA NO MEIO DO LAMAÇAL

Daniel Gardner

Em O Peregrino, o personagem Cristão, na caminhada para a cidade celeste, por um momento passa pelo pântano do desânimo. Ali ele cai no lamaçal e toda culpa do seu pecado se torna um peso que o puxa para baixo. Ele tira os olhos da cidade celeste e, olhando para si mesmo, sente dúvidas sobre sua fé. É quando ele conhece Auxílio, e essa pessoa o ajuda a sair daquele lamaçal. A intenção é que o texto de João 14.1-3 seja esse auxílio para nós.

Por vezes também nos encontramos no pântano do desânimo. Sentimos que Deus está distante de nós e chegamos a duvidar da nossa fé e do cristianismo como um todo. Será que essas verdades que temos ouvido são tão verdadeiras assim? Da mesma forma, não é fácil compartilhar o momento de dúvida e desânimo com outras pessoas. Não estamos acostumados com isso. O resultado é a supressão das dúvidas.

Nesse momento do relato bíblico, Cristo ainda não foi crucificado, mas Jesus já está preparando seus discípulos para quando isso acontecer. Jesus sabe que a fé deles será abalada e, por isso, Ele diz para que o coração deles não se turbe, isto é, não se angustie; diz também para crerem em Deus e também nele. Baseado nisso, podemos destacar dois recursos nessa história para ter e desenvolver esperança em meio ao lamaçal.

O primeiro recurso é a pessoa de Cristo (14.1). A solução é “credes em Deus, crede também em mim” (em Cristo). Esta é uma afirmação a respeito da divindade de Jesus Cristo. Ele está dizendo “eu sou Deus”. Ele diz para que eles tenham a mesma adoração e o mesmo temor que possuem por Deus. Alguns capítulos depois, quando Cristo é crucificado, a fé deles é abalada e a primeira tentação ao verem-no na cruz é pensar que Ele foi apenas um bom professor e ali tudo acabou. Jesus prepara o coração deles para passar por esse lamaçal de desânimo.

Muitas coisas criam dúvidas em nosso coração, como a perda de alguém, o fato de cairmos em pecados recorrentes. Mas a resposta contra a dúvida é sempre a mesma. Jesus é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15-17). Às vezes nossa fé é bastante fraca porque cremos em Cristo como um líder, como professor, como a melhor pessoa que já existiu, mas esquecemos que em Cristo tudo foi criado tudo que existe. Antes de Gênesis, Ele já estava com Deus, Ele é Deus. Quando estamos no lamaçal, a resposta não está em nós. A resposta para nossas angústias é a divindade de Cristo. Quando surge uma dúvida, é comum olharmos para nós, mas não podemos começar com nós mesmos.

O segundo recurso é as promessas de Cristo (14.2-3). Cristo afirma que na casa do Pai há muitas moradas, como vários quartos em uma única casa. Esta é uma promessa de Cristo. Ele não menciona a crucificação em si, mas passa para seus discípulos uma visão da eternidade, promessas eternas. Se não houvesse essa garantia, Jesus não haveria falado. Mas há um lugar sendo preparado para os que creem. Há um contraste grande aqui. Jesus disse que era Deus e agora ele diz “eu vou preparar lugar”. Preparar sugere um tempo, uma demora. Não será algo instantâneo. Não podemos esquecer esse elemento. A vida cristã demanda tempo. Nós queremos transformação, santificação e glorificação para ontem, mas o Espírito Santo está trabalhando de acordo com um plano diferente do nosso.

É comum se perguntar “se Deus deseja que eu seja santo, por que não ordenar isso instantaneamente?” Ora, pois a glorificação não é instantânea. Deus se agrada em preparar e regenerar lugares e pessoas aos poucos, em gastar tempo matando um ídolo após o outro. Essa mudança nada mais é do que esperar o tempo de Deus.

No verso 3, Cristo continua: Ele voltará! Podemos confiar nesta promessa pois Ele já veio uma vez e derrotou o pecado e a morte. Portanto, Ele fará novamente. Jesus emprega uma bela linguagem de comunhão: “vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” Já temos a promessa de que Cristo está conosco, mas agora Ele também diz que, onde Ele está agora, nós estaremos também. Este é um desejo de comunhão. Esta é a esperança em meio ao lamaçal. Deus possui um plano e Ele inclui estar conosco. É por isso que a comunhão tem tudo a ver com Jesus Cristo. Se você quer ser encorajado na vida cristã, esteja no corpo de Cristo. Uma pessoa isolada não poderá manter a esperança. A fé do cristão envolve comunhão pois o plano de Cristo envolve comunhão.

Como aplicação para os que estão a ponto de não se reconhecerem como cristãos, para aqueles que talvez até imitem bem um cristão, mas não creem em Cristo como Deus. Se você é essa pessoa, saiba quem é Jesus Cristo. Ele é Deus, criador de todas as coisas e, após a morte, será o Justo Juiz que julgará a todos os homens. Só se alegrará na casa do Pai aqueles que confessam seus pecados e creem em Jesus para vida eterna. Ore agora mesmo e peça perdão.

Em segundo, para aqueles que são cristãos mas estão com algumas dúvidas. Responda a essa pergunta: “quem é Cristo para você?” Jesus Cristo é aquele que ressuscitou e, por isso, podemos ter certeza de que Ele é Deus. Precisamos enxergar Cristo como aquele que age em amor, e a expressão disso é seu desejo de querer estar junto dos seus. Como entender que Deus te ama? Olhe para Cristo. Ele é a expressão maior do amor de Deus. Saiba que, mais importante do que tirar a dúvida, é saber que Cristo tem todas as respostas.

E, por fim, para aqueles que são cristãos e não estão no lamaçal de dúvidas, que bom! Essa é uma expressão da graça de Deus em sua vida. Mas, apoiado nessa comunhão, você está ajudando seus irmãos em Cristo? Ou está apenas reservando toda essa confiança para você? Pense em como expressar a graça que Cristo tem expressado a você. Perceba que Jesus não usa nenhum singular aqui nesse texto. A vida cristã acontece no plural e a comunhão é expressão da vida cristã. Você possui um papel na comunidade, então desempenhe-o. Chore com os que estão chorando e alegre-se com os que estão alegres.

Fonte: VoltemosAoEvangelho.com